A ausência de representatividade parlamentar de minorias só aumenta a distância entre políticas públicas e a população mais necessitada, entre elas, as comunidades indígenas que resistem ao Brasil.
Só em 1982, foi eleito o primeiro indígena no Brasil. Mário Juruna, de origem Xavante, foi escolhido para uma das cadeiras na câmara federal dos deputados pelo estado do Rio de Janeiro. Mesmo com pouca participação efetiva no parlamento, foi muito ativo politicamente na luta pela população indígena.
Quatro décadas depois, os números de candidatos indígenas eleitos subiram mas não acompanharam a real necessidade de uma forte presença dentro do parlamento num país com uma grande diversidade cultural como o Brasil.

A população auto-declarada indígena no Brasil, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feito em 2010, é de cerca de 817 mil pessoas ou 0,47% da população.
No caso da presença política, foi registrado o maior número de candidaturas pleiteadas por indígenas de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano de 2020, sendo 2.111 candidatos (0,39% do total de candidaturas) e 202 eleitos (0,29% do total de eleitos).
Além de não oferecer uma real representação da causa indígena, a falta dessa presença também impacta em pautas relevantes sobre o meio ambiente e o combate a ações criminosas como a atuação de garimpeiros e madeireiros ilegal, amplamente explorados.
METODOLOGIA
Foi criado uma base de dados coletados através do portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
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Foto de capa: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Por Mylena Memigette (disciplina Jornalismo de Dados)